terça-feira, 30 de outubro de 2012

Kassab quer conversar com haddad sobre dívida.


Kassab quer conversar com Haddad sobre dívida 'impagável' de SP

Segundo o prefeito, dívida com o governo federal supera os R$ 60 bilhões.
Haddad afirma que dívida será renegociada imediatamente.



O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), disse na manhã desta terça-feira (30) que a dívida da capital paulista com o governo federal estimado em mais de R$ 60 bilhões é “impagável”. Segundo Kassab, este é o ponto mais crítico a ser debatido na reunião com o prefeito eleito, Fernando Haddad (PT), na sede da Prefeitura, nesta tarde. Será a primeira reunião entre os dois políticos para definir como será feito o processo de transição na Prefeitura de São Paulo.
Prefeito conversa com secretária da Educação (Foto: Tatiana Santiago/ G1)Prefeito Gilberto Kassab  (Foto: Tatiana Santiago/ G1)
“Todos sabem que a situação da Prefeitura não é uma situação fácil financeiramente. Os recursos são muito escassos”, afirmou o prefeito. De acordo com ele, no geral, a população não entende quando ouvem falar que existe dinheiro em caixa e a Prefeitura não pode gastar, pois esses recursos já estão vinculados e já estão destinados.
“A verba mais importante da gestão [municipal] é a verba do Tesouro. Esta é uma verba extremamente escassa hoje diante dos nossos compromissos, das nossas dificuldades”, disse. "Ela [a dívida] é impagável hoje", completou o prefeito. De acordo com ele, os problemas com orçamento se devem ao pagamento da dívida federal. Desde 2000, foram pagos R$ 18,9 bilhões, sendo R$ 3,3 bilhões somente neste ano.
Mais cedo, Haddad disse em entrevista à Rádio CBN que a não renegociação da dívida do município com o governo federal compromete o futuro da capital paulista no longo prazo. Nesta segunda-feira (29), a dívida com a União foi um dos temas da conversa que Haddad teve com a presidenta Dilma Rousseff, em Brasília.
Haddad afirmou que a dívida será renegociada com o governo federal imediatamente. Segundo ele, já na próxima semana um grupo de trabalho será constituído para debater o assunto. Entretanto, segundo ele, a não renegociação da dívida não inviabiliza sua administração.
“Não inviabiliza, embora comprometa a longo prazo. Não posso trabalhar só para os paulistanos dessa geração. Então, [a não renegociação] inviabiliza o futuro de São Paulo e por isso eu não posso descuidar”, disse Haddad.
Alianças
Apesar do namoro entre o PT e o PSD, que foi reatado recentemente, após a derrota do candidato José Serra (PSDB), que era apoiado por Kassab, o prefeito disse que o possível apoio não será discutido nesta terça e não informou a data em que deve ocorrer a negociação com os petistas. “Não está na pauta da nossa conversa nenhuma ação política, nem teria sentido. A visita é protocolar do prefeito eleito para o atual prefeito e serão tratados temas administrativos.”
Sobre as críticas feitas pelo prefeito eleito durante a campanha eleitoral, Kassab disse que as críticas não foram pessoais, mas somente a sua administração. “Se ele não falasse mal, iria ser aliado do Serra”, ironizou.
Kassab também disse que ficou contente em saber que o presidente nacional do PT  quer uma aliança nacional com seu partido. "Mostra o apreço que o PT tem pelo PSD, mas ainda é cedo para esse tipo de discussão, vamos deixar para o próximo ano", disse.

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